Policial acusado de extorquir quase R$ 1 milhão em criptomoedas de turista é solto em Alto Paraíso de Goiás
O policial civil Wiliam da Silva Ribeiro, que estava preso em Alto Paraíso de Goiás, foi solto para responder em liberdade pela acusação de extorsão de quase R$ 1 milhão em criptomoeda de um turista, que se identificou como empresário do ramo de cassinos. Outros dois policiais civis e um guarda municipal também são réus no processo.
A Polícia Civil disse que não vai se posicionar sobre o caso. a Guarda Civil Municipal (GCM) de Cristalina informou que “acionou a corregedoria que de imediato instaurou sindicância investigativa para apurar os fatos e tomar todas as providências legais referente ao caso” – leia íntegra ao fim da reportagem.
O advogado Roberto da Silva Maia, que representa Wiliam e os demais acusados, informou que “será demonstrado que os fatos não ocorreram como narrados na acusação”. Também de acordo com ele, todos “se declaram inocentes”.
Também de acordo com o defensor, William foi o único do grupo a ser preso em flagrante, teve a prisão convertida em preventiva, mas foi liberado no domingo (27), quando conseguiu uma decisão favorável assinada pelo desembargador Itamar de Lima.
De acordo com o documento, o magistrado entendeu que o preso não apresentava risco à ordem pública. Segundo o desembargador, a prisão preventiva é uma medida extrema e que não caberia ao caso do réu.
Além de William, respondem em liberdade pelo crime de extorsão os também policiais civis Reges Alan Alves dos Santos e Antônnio Henrique Afonso Alves, e o guarda civil de Cristalina Patrick Carneiro Caetano de Sousa.
Denúncia e prisão
O turista que denunciou que foi vítima da extorsão se identificou como empresário do ramo de cassinos. Segundo ele disse à Polícia Civil, tudo aconteceu no último dia 5 de fevereiro.
O empresário contou à corporação que estava saindo da pousada em que estava hospedado no horário de almoço quando foi abordado por três homens em um carro preto da marca Land Rover.
De acordo com o documento, o magistrado entendeu que o preso não apresentava risco à ordem pública. Segundo o desembargador, a prisão preventiva é uma medida extrema e que não caberia ao caso do réu.
Segundo o turista, eles estavam armados com pistola, fuzil e metralhadora, afirmaram ser policiais e o abordaram dizendo que sabiam que ele era um empresário do ramo de cassinos, no exterior. Com isso, ele disse que foi forçado a mostrar as contas bancárias cadastradas em apps do celular e a fazer uma transferência das criptomoedas que tinha.
No depoimento registrado na Polícia Civil da cidade, o turista diz que o trio estava armado e mostrou ao fotos de pessoas próximas a ele que poderiam ser “localizadas”, caso ele não fizesse a transferência.
Ainda de acordo com o depoimento do empresário, o trio perguntou sobre outras pessoas que ele conhecia que teriam quantias expressivas em criptomoedas e que, sob ameaça, ele revelou “alguns nomes aleatórios”.
À Polícia Civil, o empresário disse que, depois de fazer a transferência exigida, os homens deram a ele prazo de 24 horas para passar mais dinheiro, caso contrário familiares dele iriam morrer.
Wiliam havia sido preso logo após o crime. Segundo consta no boletim de ocorrências da prisão do agente, “ele assumiu a autoria dos fatos relatados e disse que os outros dois agentes tomaram rumo desconhecido”. Com o policial, foram apreendidos: arma, munição, carregador portátil, notebook, celular e carteira.
Nota da GCM de Cristalina
O comando da GCM, após tomar conhecimento que um dos seus agentes teve o nome incluído em processo de suposta extorsão, acionou a corregedoria, que, de imediato, instaurou sindicância investigativa para apurar os fatos e tomar todas as providências legais referente ao caso.
Este comando informa que nenhum desvio de conduta é admitido em nossa corporação.
Todas as ações envolvendo nossos agentes são tratadas de forma imparcial dentro dos preceitos legais mantendo a disciplina da corporação e a credibilidade que a sociedade nos concede.
Fonte: G1 Goiás